quinta-feira, 19 de junho de 2008

Conflito legal atrapalha ensino a distância, alertam especialistas

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Quarta-feira, 18 de Junho de 2008, 19h17

A educação a distância tem cumprido um papel democratizador no ensino brasileiro, pelo fato de ampliar o acesso ao conhecimento de pessoas com menos recursos financeiros e que moram em regiões distantes dos centros urbanos. Essa foi a principal conclusão de deputados e outros participantes do Seminário Internacional sobre Educação a Distância, realizado na segunda-feira (16/6) pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

Contudo, segundo os debatedores, o conflito de jurisdição entre a União, os estados e os municípios na regulação do setor ainda precisa ser revolvido. Para o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Fredric Michael Litto, "o papel do Legislativo é colocar a casa da educação em ordem, solucionando as controvérsias na autorização e certificação dos cursos”.

O presidente da Abed concordou com a opinião da gerente do Centro Nacional de Educação a Distância do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Anna Beatriz Waehneldt, de que os cursos flexíveis, ou híbridos, são a tendência para o futuro. Nesse tipo de curso, o aluno poderá acompanhar as aulas pessoalmente ou receber as informações por meio de instrumentos de multimídia e de outras ferramentas tecnológicas.

O deputado Carlos Abicalil (PT-MT) disse que a legislação brasileira é uma das mais avançadas sobre educação. Ele concordou com os palestrantes, entretanto, sobre a necessidade de aperfeiçoamento das regras do setor pela Câmara, por conta da complexidade do tema. "A maior dificuldade é enfrentar as vicissitudes do nosso sistema federativo. Temos regras concorrentes entre estados, municípios e União", resumiu Abicalil.

Segundo ele, o ensino a distância é um dos grandes temas que devem ser discutidos pela comissão. "As dimensões territoriais do Brasil, a necessidade de facilitar o acesso ao ensino superior e o aproveitamento da experiência das instituições devem ser levados em conta para aperfeiçoar as leis e formular políticas públicas consistentes", afirmou Abicalil.

O deputado disse acreditar que o ensino a distância é uma alternativa de educação por toda a vida, ainda que não se possa deixar de levar em conta que a academia é um lugar de convivência.

Mudança Cultural

O diretor da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) Virtual, João Vianney, ressaltou que, além dos conflitos legais, o controle da qualidade, a definição conceitual e trabalhista da atividade de tutoria e o reconhecimento dos diplomas são questões que ainda precisam ser resolvidas para melhorar os cursos.

A deputada Professora Raquel Teixeira (PSDB-GO) também afirmou que a alteração legislativa é necessária, além de uma mudança cultural para evitar o excesso de burocracia nos processos educacionais. Ela considera necessário enfrentar os preconceitos contra a educação a distância, que surgiram na época dos cursos por correspondência.

Segundo ressaltou a deputada, não é possível regulamentar da mesma forma o ensino em regiões que são muito diferentes.

Com informações da Agência Câmara. Da Redação

terça-feira, 3 de junho de 2008

Leitura na Tela, tantas vantagens!



O volume de informação disponível em meios digitais atingiu proporções difíceis de contabilizar. São: e-books, sites com artigos, notícias, etc. Estamos em um ponto onde a maior parte das pessoas tem mais coisas para ler em meio digital do que em papel.
Mas qual a melhor maneira de lidar com isso? Imprimir tudo para ler? Ler na tela?
É comum as pessoas se queixarem de dificuldade de ler na tela. Muitos afirmam que não conseguem. No entanto, na nossa realidade fica quase que impossível “fugir” de ler diariamente em monitores.
A internet se tornou a maior fonte de conhecimento democrático do mundo. Encontramos virtualmente de tudo na WEB. E até os mais críticos não escapam de ler muito sentado à frente do computador.
Eu sou um defensor da prática de leitura na tela, para mim, há mais vantagens do que desvantagens: é ecológico, é mais barato, é mais rápido, é mais prático para fazer anotações além do que é uma tendência irreversível.
Lendo aqui, estudando acolá, e aplicando no meu dia-a-dia, desde princípios ergométricos a fundamentos de aprendizagem, desenvolvi um breve roteiro com algumas dicas sobre o assunto. Vale ressaltar que não sou especialista em ergonomia, então, na dúvida, consulte um especialista. A vantagem é que já testei tudo, e aplico todos dias! Então vamos às dicas:

Ambiente
A cadeira deve ser bem confortável, com uma posição que permita os dois pé com as plantas no chão, a coluna lombar bem encaixada no encosto, e permita os cotovelos ficarem próximos à altura que o teclado ficar. Se apoiados em braços da cadeira ainda melhor.
Cuidado com cadeiras com rodinhas e reclináveis! Alguns modelos acabam forçando a coluna.
A iluminação é importante também, além dos ajustes do monitor a seguir, a luz ambiente é muito importante. Como o monitor emite luz, um ambiente em penumbra é mais adequado para ler na tela. Para auxiliar com consultas simultâneas a materiais impressos, e também fazer anotações a mão livre, o ideal é ter junto à estação de trabalho uma luminária de mesa que direcione a luz para onde precisamos dela.

Monitor
Os monitores emitem luz, em faixas visíveis e invisíveis. Sejam eles os antigos, porém ainda em alto uso CRT, ou os mais modernos LCD ou de plasma. Sem entrar no mérito de qual é melhor, ou quais os riscos de passar longas horas diante de um monitor, eles tem em comum o fato de emitir luz em maior ou menor grau. Então se você deixar com muito brilho, logo seus olhos se cansarão com o esforço. Procure deixar os ajustes de brilho e contraste com intensidades bem menores do que usa normalmente. Para ler texto corrido é perfeito! Experimente, pode causar algum estranhamento inicialmente, mas o benefício compensa.
Outro cuidado com o monitor é sua altura, o ideal é que a linha horizontal do meio da tela esteja levemente abaixo de sua linha do horizonte, quando sentado confortavelmente em sua cadeira. Esta linha muito abaixo, ou pior acima, causa um desconforto no pescoço, que em algumas dezenas de páginas pode até ocasionar dores.
A distância da tela em relação aos olhos é muito importante também, para os monitores de 15 polegadas uma distância inferior a 60cm e superior a 40 cm é o ideal.

Ajuste de Zoom
Eu já tentei de tudo, mas o que tem um efeito mais confortável, é deixar o tamanho da fonte na tela aproximadamente do mesmo tamanho que você costuma ler em livros. Pode ser um pouco maior, mas se for muito maior do que isso, o deslocamento vertical de seus olhos será muito grande, o que vai fazer você se “perder” na linha e cansar os olhos rapidamente.
Eu costumo ler com o zoom em aproximadamente 80%, isso no meu monitor, com as configurações que uso, deixa o tamanho do papel A4 na tela com cerca de 18cm de largura.

Dicas adicionais
Ler na tela para mim se tornou mais rápido do que ler em papel. A maioria das pessoas que conheço que tem este hábito afirmam a mesma coisa.
Se você se habituar a usar as teclas “Page down” e “Page up”, vai tornar a leitura muito mais ágil. No Adobe PDF inclusive, pode-se usar o “enter” para rolar a tela para baixo.
Se você se habitua a ler na tela, pode manter um caderno a mão, para anotações rápidas, ou utilizar o próprio software para fazer anotações “linkadas” ao ponto que está lendo (isso substitui de forma muito prática as anotações feitas direto texto no papel, para quem tem este hábito).
Além disto, a maioria dos programas que usamos para ler na tela, permitem grifar trechos do texto.
Além de ter a vantagem de termos o “copy” e “paste” nos computadores. Isso é muito criticado por que existe muito plágio, e muitos espertinhos que apenas “colam” as coisas para fazer trabalhos de escola e etc, porém é um excelente recurso para estudo, inclusive para citar trechos de obras em seus próprios textos.
Ler na tela é mais do que uma tendência, é uma realidade contemporânea. Em nosso dia-a-dia, com volume de informação que precisamos processar, é inevitável. E sempre teremos o papel para momentos de lazer, sentado sob a gostosa sombra de uma árvore com um bom romance, ou para uma preguiçosa tarde de domingo, e para aqueles importantes livros que usamos em nosso aprendizado.

domingo, 1 de junho de 2008

Resumo & Comentários do Livro Riqueza Revolucionária Capítulo 05

Livro: Riqueza Revolucionária: O Significado da Riqueza no Futuro
Autores: Alvin e Heidi Toffler
Editora: Futura
Editado em 2007
Resumos e Comentários Feitos Por: Mauro Cesar Leite de Oliveira

Parte 3 – Reorganizando O Tempo

Capítulo Três: O Choque de Velocidades:

Coletâneas:
=> Nações do mundo todo se esforçam – em ritmo e velocidades diferentes – para construir economias avançadas e prósperas. No entanto, o que a maior parte dos homens de negócio, políticos e líderes civis ainda não entendeu claramente é um fato muito simples: uma economia avançada precisa de uma sociedade também avançada para sustentá-la, pois toda economia é produto da sociedade na qual está inserida e depende de suas instituições-chave.
=> Em todo o planeta, por exemplo, as instituições feudais impediram o progresso da era industrial. Da mesma forma, hoje as burocracias da era industrial estão emperrando o progresso do sistema de riqueza baseado em conhecimento.
=> Trens do Tempo
=> Devemos considerar que os seres humanos e a sociedade são, na verdade, sistemas abertos e imperfeitos. Em nossa vida e em nossas sociedades, regiões de caos e de ordem se alternam – e nós precisamos de ambas -, criando regiões de estabilidade temporária.
=> Preparando Para Usar o Radar
=> Podemos focar a velocidade e rapidez da mudança. Devemos iniciar criando a imagem mental de uma auto-estrada. No acostamento está um policial sentado em sua motocicleta, apontando um radar para a pista e monitorando tudo o que acontece. Nove carros circulam na estrada, cada um representando uma grande instituição americana. Cada carro viaja a uma velocidade que simula a verdadeira velocidade de mudança assumida pela instituição. Comecemos pelo que trafega na maior velocidade. Então, preparados para usar o radar?
# 100 Km/h:
Correndo a100 km/h em nossa auto-estrada figurativa está um carro representando a instituição que muda mais rapidamente nos Estados Unidos hoje em dia – a do mundo dos negócios e grandes corporações. Essa instituição, na verdade, é o principal driver de várias transformações que ocorrem em toda a sociedade. As corporações não apenas estão se movendo com maior agilidade e rapidez, mas também obrigam seus fornecedores e distribuidores a fazerem o mesmo, impulsionados pela competição acirrada do ambiente que vivem.
Como resultado, encontramos corporações apressando-se para alterar sua missão, seu funcionamento, seus ativos, produtos, tamanho, tecnologia, a natureza da força de trabalho, seu relacionamento com os clientes, sua cultura interna e praticamente tudo o mais que lhe diga respeito. Cada uma dessas esferas, porém, muda em ritmo diferente.
No mundo dos negócios, a tecnologia sai à frente – em um passo muitas vezes mais rápido do que administradores e funcionários podem acompanhar. As finanças também estão se reinventando com uma rapidez espantosa, em resposta não apenas à nova tecnologia mais aos esc6andalos, às novas leis, diversificação de mercados e maior volatilidade financeira. Nesse ínterim, a contabilidade e outros sistemas de auditoria “correm” para se manter atualizados.
# 90 Km/h:
Existe um carro vindo logo atrás do carro dos negócios e corporações e seus ocupantes podem surpreender a todos. A instituição número dois, conforme concluímos, é a própria sociedade civil contemplada no âmbito de sua coletividade.
A sociedade civil é um setor que está florescendo cada dia mais, composto de milhares de organizações não-governamentais (ONGs), coalizões pró-negócios e antinegócios, grupos profissionais, federações esportivas, ordens católicas e mosteiros budistas, associações de fabricantes de plásticos, ativistas políticos, cultos, ambientalistas e defensores da natureza, entre outros.
A maior parte desses grupos concentra-se em exigir mudanças – no ambiente, nas leis governamentais, nos gastos públicos, na lei de zoneamento local, nos fundos de pesquisas para doenças, nos padrões de alimentação, direitos humanos e milhares de outras causas. Porém, é preciso considerar que existem outros que são literalmente contra certas mudanças e farão tudo o que puderem para evitá-las ou, pelo menos, desacelerá-las.
Utilizando processos legais, como passeatas, piquetes e outros meios, os ambientalistas, por exemplo, conseguiram retardar a construção de usinas atômicas nos EUA, adiando a conclusão dessas obras e fazendo os custos legais subirem a ponto de se tornarem potencialmente inviáveis. Quer concordemos ou não com o movimento antinuclear, ele ilustra bem como a utilização do tempo e do movimento adequado pode se transformar em uma poderosa arma econômica.
Como as ONGs tendem a ser compostas de unidades pequenas, rápidas e flexíveis, organizadas em redes, elas podem se posicionar em círculo ao redor das grandes corporações e instituições governamentais. Além do mais, de forma geral, um ponto importante a salientar é que nenhuma outra instituição-chave da sociedade americana se aproxima da velocidade de mudança que encontramos nesses dois setores: corporações e sociedade civil.
# 60 km/h:
O terceiro carro também tem ocupantes surpreendentes. Nele encontramos a família americana.
Por milhares de anos, o ambiente familiar típico em quase todas as partes do mundo abrigava inúmeras gerações da mesma família. Mudanças significativas só começaram a ocorrer quando os países de industrializaram, o que implicou o surgimento de famílias menos numerosas. O modelo nuclear de família, mais aplicável às condições industriais e urbanas, tornou-se dominante.
Ao final dos anos 60, os peritos insistiram que a família nuclear – oficialmente definida como aquela composta por um pai trabalhador, mãe dona-de-casa e dois filhos menores de 18 anos – jamais perderia seu domínio. Hoje, porém, menos de 25% das famílias americanas se encaixam nessa definição.
Pais solteiros, casais cuja união não é oficial, pessoas casadas pela segunda, terceira, quarta vez (ou até mais), com filhos de outros relacionamentos, casamentos entre idosos e, mais recentemente, uniões civis legalizadas entre pessoas do mesmo sexo surgiram e se tornaram comuns na sociedade. Em algumas décadas, portanto, o sistema familiar – que até então era o que mudava mais lentamente na sociedade – terá se transformado radicalmente. E outra mudança ainda mais rápida está a caminho.
Hoje em dia, enquanto corporações estão terceirizando quase todas as funções, as famílias esforçam-se para incorporar parte dessas funções em seu dia-a-dia. Para milhares de famílias americanas, por exemplo, o trabalho já voltou a ser realizado no ambiente doméstico, seja em meio período, seja em tempo integral. A mesma revolução que permitiu que as pessoas voltassem a trabalhar em casa também possibilitou que elas fizessem suas compras, acompanhassem seus investimentos e os movimentos de alta e baixa dos mercados de ações e muitas outras coisas, sem precisar sair do reduto doméstico.
A educação se mantém “trancada” na escola e em outras instituições de ensino, mas provavelmente acabará por migrar, ainda que de forma parcial, de volta ao lar, beneficiada pelo rápido acesso à internet, pelas comunicações propiciadas pelas redes sem fio e outras tecnologias que se disseminaram pela sociedade. O cuidado com os idosos é algo que também deve retornar às mãos da família, patrocinado pelo governo e pelos seguros-saúde particulares, que procuram reduzir os altos custos das clínicas de repouso e das hospitalizações.
O fato é que o modelo de família, a frequ6encia de divórcios, a atividade sexual, relacionamentos entre as gerações, formas de relacionamentos, educação dos filhos e outras dimensões da vida familiar estão mudando em ritmo acelerado.
# 30 Km/h:
Se as corporações, as ONGs e a organização familiar estão mudando com tanta rapidez, como reagem os sindicatos de trabalho e as associações de classe?
Há meio século, os EUA estão fazendo a transição da era do trabalho mecânico e braçal para a era do trabalho mental, das habilidades intercambiáveis para não-intercambiáveis e de tarefas que exigem repetição cega e mecânica para tarefas mais inovadoras e criativas. O trabalho é algo cada vez mais flexível, podendo ser realizado em aviões, carros, hotéis e restaurantes. Em vez de ficarem em uma única organização com os mesmos colegas de trabalho por anos a fio, os indivíduos estão trocando as equipes de projetos fixas por forças-tarefa e grupos de trabalho, nos quais existe o rodízio contínuo de profissionais. Muitos são autônomos ou agentes independentes – diferentemente dos funcionários legalmente contratados de autrora. As corporações estão mudando a 100 km/h. Ainda assim, os sindicatos americanos permanecem imobilizados, sobrecarregados com o legado das organizações formais e atravancados por métodos e modelos que remontam aos anos 30 e à era da produção em massa.
Em 1955, os sindicatos de trabalho nos EUA representavam 33% da força de trabalho. Hoje esse número é de apenas 12,5%.
# 25 Km.h:
Arrastando-se pela pista da direita estão às burocracias e as agências reguladoras do governo, os grandes elefantes brancos.
Com muita prática em rechaçar críticas e adiar mudanças, as burocracias piramidais administram os interesses governamentais em todos os lugares do mundo. Os políticos sabem que é mais fácil iniciar uma nova burocracia do que encerrar a antiga, não importa quão obsoleta ou descabida ela seja. O problema é que elas não apenas mudam lentamente, mas também emperram o passo das demais instituições, impedindo-as de responder às condições de mudança rápida vivenciada pelo mercado.
# 10 Km/h:
Mas até mesmo os lentos burocratas, quando olham pelo espelho retrovisor, são capazes de divisar outro carro logo atrás deles. Esse retardatário se arrasta pela estrada com um pneu furado e muita fumaça saindo do radiador, complicando todo o tráfego ao seu redor. Será possível que manter esse velho calhambeque custem mesmo 400 bilhões de dólares aos cofres públicos?!
A resposta é sim. Esse é o custo anual do sistema educacional americano!
Projetadas para a produção em massa, com um sistema operacional similar ao das fábricas da era industrial, administradas burocraticamente e protegidas por interesses de poderosos sindicatos e políticos que dependem dos votos de professores, as instituições educacionais americanas são o reflexo perfeito da economia do início do século passado. O melhor que pode se dito a seu respeito é que elas não são piores do que as escolas que existem em outros lugares do mundo.
Enquanto os negócios corporativos são administrados e diretamente modelados pela competição acirrada e pelas mudanças constantes do ambiente em que são inseridos, os sistemas de ensino público são monopólios ferozmente protegidos por interesses de vários grupos. Exatamente por isso, muitos pais, professores inovadores e a mídia clamam por mudanças. Ainda assim, a despeito de um número crescente de novas experiências educacionais, o modelo padrão da educação pública americana continua a ser o da escola estilo fábrica, projetada para atender aos interesses e necessidades da era industrial.
A questão é: como um sistema educacional que se move a 10 km/h pode preparar alunos para empregos em corporações que trafegam e mudam a 100 km/h?
# 5 Km/h:
Nem todas as instituições com problemas e descompassos são nacionais. Devemos ter em mente que a economia mundial é muito influenciada, direta ou indiretamente, pela governabilidade e regras de relacionamentos globais – inúmeras organizações intergovernamentais, como as Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional, a OMC e outras entidades menos visíveis estabelecem regras para atividades e relacionamentos internacionais.
Algumas existem há mais de um século. Outras surgiram há aproximadamente 75 anos, na época da Liga das Nações. A maior parte – a OMC e a Organização Mundial da propriedade Intelectual são exceções -, porém, foi criada depois da Segunda Guerra Mundial, meio século atrás.
A soberania nacional, atualmente, é desafiada por novas forças. Novos players e novos problemas estão chegando ao cenário internacional. No entanto, as estruturas burocráticas das organizações intergovernamentais continuam as mesmas de quando foram criadas.
# 3 Km/h:
Movendo-se ainda mais lentamente estão as estruturas políticas dos países ricos. As instituições políticas americanas – desde o Congresso e a Casa Branca até os próprios partidos políticos – estão sendo bombardeados por exigências de um número cada vez maior de diferentes grupos, todos esperando reação mais rápida eficiente dos sistemas originalmente habituados ao debate e discussão sem pressa e à indolência burocrática.
O sistema político atual não foi projetado para lidar com a alta complexidade e com o ritmo frenético de uma economia baseada em conhecimento. Partidos e eleições podem ir e vir. Novos métodos para arrecadar fundos e fazer campanha estão surgindo, mas mesmo nos EUA, onde a economia do conhecimento é mais avançada e a internet permite que novos distritos eleitorais se formem quase instantaneamente, mudanças significativas na estrutura política acontecem com uma lentidão tamanha que são quase incompatíveis.
# 1 Km/h:
O que nos leva, finalmente, a mais lenta de todas as instituições: as leis. As leis constituem-se de duas partes: a organizacional – cortes, associações de tribunais, escolas de direito e firmas de advocacia; e o corpo verdadeiro dessas leis, que são interpretadas e defendidas pelas organizações que citamos.
Enquanto os grandes escritórios de advocacia e consultorias jurídicas americanos estão mudando rapidamente – promovendo fusões e associações, investindo em publicidade, desenvolvendo novas especialidades, tais como leis da propriedade intelectual, realizando teleconfer6encias, globalizando e lutando para adaptar-se a novas realidades competitivas -, os tribunais americanos e as faculdades de direito permanecem basicamente inalterados. E o ritmo no qual o sistema opera permanece na idade da pedra, com casos importantes arrastando-se pelas cortes por anos a fio.
Sem sombra de dúvida, a lei é algo que deve mudar lentamente. Afinal, ela fornece o grau necessário de previsibilidade para a sociedade e para que a economia funcione, acionando certos feios em tempos de crescimento e controlando mudanças sociais excessivamente rápidas. Mas como, de fato, esse “lentamente” se traduz?
Leis críticas que afetam diretamente a economia em campos como direito autorais, patentes e privacidade continuam desatualizadas. A economia do conhecimento emergiu não por causa dessas leis, mas apesar delas. Isso não é estabilidade ou imobilidade. É rigor mortis legal.
Os advogados podem até estar mudando a forma de trabalhar, mas as leis, per se, continuam inertes.
=> Inércia x Hipervelocidade
=> Será que a economia “infobiológica” do século 21 continuará avançando a essa hipervelocidade ou as instituições sociais lentas, burocráticas e obsoletas conseguirão atravancar o progresso?
Poucos problemas serão mais desafiadores do que o disfuncionalidade do crescimento sistêmico de tantas instituições interdependentes – mas totalmente dessincronizadas entre si.
=> Em todos os lugares do planeta, em todos os níveis e situações sociais e econômicas – isto é, famílias, empresas, indústrias, economias nacionais e o próprio sistema global -, vivenciamos a maior transformação já ocorrida na relação entre a criação de riqueza e os fundamentos profundos do tempo.


Comentários do Mauro
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Abraços

Mauro Cesar
Mauro.oliveira@vilelaleite.com.br