quarta-feira, 14 de maio de 2008

ROI da educação

Hoje estava ouvindo o Diário da Manhã do Salomão Schvartzman, e a entrevista foi com o economista da educação Gustavo Ioschpe. Já conheço o Ioschpe há algum tempo, assino o feed de sua coluna na Veja. Mas algumas coisas que ouvi hoje me fizeram pensar bastante. É interessante ver como os economistas conseguem quantificar as informações. Eu sei que educação é diretamente proporcional a ganhos econômicos, mas com estes números fica bem mais claro: segundo Iosche o aumento de 1 ano na escolaridade média do povo Brasileira, significaria um aumento de 8% anual na economia.
E mais, ainda segundo ele, cada 1 ano a mais de estudo se reverte em um incremento de 20% no salário.
Sou cuidadoso com estatísticas, mas esta me parece bem próxima da realidade.
Na análise dele, educação é o investimento de maior retorno no Brasil, e é a maior taxa de ROI do mundo. Em nenhum lugar se tem tanto retorno por cada centavo que se gasta em sua própria educação!
Bem interessante, principalmente para aqueles que resistem a estudar mais.

3 comentários:

Jefferson disse...

André

Com certeza o investimento em cursos academicos geram oportunidades maiores para o crescimento profissional e principalmente na parte financeira.
Mas até hoje não se fala em qual o limite para isto.
Pergunta estanha né?
Pois pro conhecimento adquirido não há limite. Mas não é isso que me refiro. E sim o limite de investimento em formação academica para obtenção de retorno deste investimento.
Pois no mercado atual, vemos muitas empresas trocando executivos experientes e com boa formação por pessoas recém formadas ou com pouca experiência, para pagar menos.
Estes executivos começam a enfrentar um mercado que não lhe atende mais em termos financeiros e mesmo assim é obrigado a ouvr que "é capacitado demais para vaga".
Como toda curva de investimento e lucro existe um ponto cume, que a partir deste ponto a tendência é decrescente.
Existe como identificar seu auge?

Abraços

Sagar Prem disse...

Salve Jeferson!!
, muito interessante teu questionamento.;-)
Acredito que não há como responder isto de maneira direta, sem ponderar alguns pontos.
Quero começar pelo comentário que cita “capacitado demais para a vaga”. Existe uma diferença entre ter diversos diplomas e ser um profissional com competências desenvolvidas para a vaga. Eu tenho contato com pessoas que estão no primeiro grupo, acumulam diplomas acadêmicos, e no entanto têm uma grande dificuldade em se manter empregados. Em geral sua formação é muito boa, passando por faculdades conceituadas, no entanto falta competências que infelizmente, a maioria dos cursos acadêmicos não abordam: liderança, capacidade de comunicação, produtividade pessoal, aprendizado dinâmico, criatividade, empreendedorismo dentre outras.
Então neste caso temos um profissional com muitas formação acadêmica, mas com poucas competências desenvolvidas.
Tem o outro lado da moeda. Empresários com visão míope, preferem pagar menos a ter uma equipe competente que gere mais resultado, e assim aumente seu lucro. Sempre tem alguém mais desesperado, que aceita fazer aquilo por menos. Só que “o tiro sai pela culatra”, e suas empresas nunca saem do “caldo” da concorrência, sempre tem outra empresa para fazer o mesmo por menos. Assim, sem um equipe competente, não conseguem inovar, atender melhor e oferecer mais por menos. Seu lucro é sempre apertado por que não conseguem agregar valor aos seus produtos e serviços.
E chegando a sua pergunta: “Como toda curva de investimento e lucro existe um ponto cume, que a partir deste ponto a tendência é decrescente. Existe como identificar seu auge?”
Eu me arrisco a dizer que não é uma tendência decrescente! Mas o importante é que não me refiro somente à formação acadêmica. Ela é importante, na academia está o conhecimento “oficial”, e precisamos dele. Só que na academia não se desenvolve competências. Em geral, não!
Então precisamos investir também nos cursos para-acadêmicos ou de formação livre. São nestes que vamos aprender as competências que precisamos. Quer dizer, não apenas fazendo diversos cursos, mas principalmente praticando aquilo, testando no dia-a-dia, e adaptando à sua própria realidade.
Assim, minha resposta fica: não há um limite para o retorno em educação, mas não apenas educação formal.
O que você acha disto?
abraços
André

Jefferson disse...

André

Esse pontos realmente são extremamente relevantes.
Porém gostaria de ressaltar o seguinte ponto:
O ROI de educação é uma crescente proporcional?
Acredito que não, vejo o ROI como uma curva logaritmica, que começa uma crescimento grande nos primeiros estágios e posteriormente crescimento menores, quase estagnando.
Questiono isto, pois vejo muitas pessoas ingressando num curso de MBA, sem vivência alguma, achando que acumulando esta graduação terão retorno imediato em reconhecimento e consequentemente aumento salarial. Mas sabemos que nem sempre isto é verdade.
Os cursos acadêmicos provêm conhecimento aos alunos, mas a habilidade e atitude são fatores ligados diretamente ás pessoas. Isto levando em conta que estes 3 fatores (conhecimento, habilidade e atitude) formam a competência.
Não sei até onde um curso de liderança pode fazer uma pessoa se tornar um líder eficaz, pois ainda estaríamos na área do conhecimento.
A questão levantada não é o limite de conhecimento adquirido, pois este tende ao infinito, mas sim o ROI (retorno de investimento, que com o passar dos tempos não provêm maiores retornos, ou mantém os atuais recursos com estes estudos ou pode haver uma decadência (por não estudar ou por estar com muito conhecimento adquirido sem as outros fatores).

Abraços